Usina Catende: uma experiência da economia solidária na zona da mata pernambucana

A Usina Catende foi uma empresa fundada na plantation açucareira, na zona da mata de Pernambuco, baseada no tripé: latifúndio, monocultura e agroexportação com mão de obra explorada em um ambiente de dominação e violência.Teve uma grande estrutura e expansão, produzindo a maior safra do país até 1950, nas décadas seguintes houve transições familiares mal sucedidas, problemas na gestão e em um contexto de dificuldades para o setor sucroalcooleiro, fez a demissão de 2.300 trabalhadores rurais em 1993.Foi através da organização dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STR), a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (FETAPE), ONGs, o apoio da igreja católica inspirada na teologia da libertação, do governo do Estado, e especialmente com a união dos trabalhadores rurais e dos operários, que a falência da empresa foi decretada favorável aos trabalhadores, tornando-se uma Fábrica Recuperada por Trabalhadores (ERT).Foram dezesseis anos de trabalho associado, que promoveu o desenvolvimento com o programa "Cana do morador" e a diversificação produtiva (com agricultura de subsistência como: feijão, milho, batata-doce, mandioca, frutas) e também atividades como piscicultura, bovinocultura e educação formal com enfoque territorial.Uma cooperativa foi criada, a desapropriação do assentamento "Miguel Arraes" foi obtida em 2006 de 24.000 hectares com 4.300 famílias residentes, foi obtido acesso a diversas políticas públicas como Educação de Jovens e Adultos (EJA), o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) enfrentou muitos desafios em sua trajetória em direção a uma autogestão e tornou-se referência em economia solidária.Esta pesquisa procurou explicar as razões que promoveram o crescimento desta ERT e também os motivos que levaram ao seu fracasso. A metodologia foi qualitativa e quantitativa, utilizando pesquisa bibliográfica e documental, também uma investigação de campo, com os principais atores: trabalhadores agrícolas, agricultores familiares e industriais, membros do conselho gestor, assessores e colaboradores. A conjunção entre o político, o econômico e o legal, interpretado como uma confluência de fatores a partir das condições estruturais históricas (macroambiente), com ênfase na insegurança jurídica e nas condições internas que se desenvolvem nesse ERT (microambiente), levou ao seu colapso (processo de desestructuraração) e consequente fechamento dessa experiência em economia solidária.

Data da defesa: 
segunda-feira, 24 Setembro, 2018 - 17:00
Membros da Banca: 
Profa Dra Angela Maria Carneiro Araújo - Presidente
Profa Dra Márcia de Paula Leite - Titular
Prof Dr Miguel Juan Bacic - Titular
Prof Dr Mauricio Sardá de Faria - Titular
Profa Dra Lorena Holzmann - Titular
Prof Dr Jose Dari Krein - Suplente
Profa Dra Lea Carvalho Rodrigues - Suplente
Prof Dr Giovanni Antonio Pinto Alves - Suplente
Nome do Aluno: 
Victória Puntriano Zuniga de Melo
Sala da defesa: 
Sala da Congregação

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