Turismo e extrativismo clandestino no Vale do Ribeira (SP): memórias locais e discursos oficiais em torno de um patrimônio natural

A constituição de áreas naturais protegidas aciona diferentes formas de patrimonialização da natureza e dá margem a processos de apropriação desses espaços pela atividade turística. Nesse contexto, as comunidades locais podem agenciar determinados usos do ambiente que deslocam o entendimento convencional de patrimônio, definido a partir de critérios predominantemente técnicos, para uma concepção mais próxima à ideia de bem comum, definida a partir dos direitos de diferentes grupos sociais. O turismo é compreendido como um fenômeno social imbrincado em padrões de mobilidade que vão além do deslocamento de pessoas, objetos e informações para conformar relações sociais que podem tanto reforçar quanto modificar assimetrias de poder. Ao participar da construção e da apropriação de patrimônios, o turismo revela um conjunto de mecanismos que selecionam práticas sociais e legam à atividade um papel político no uso do ambiente. Essa pesquisa objetiva compreender como diferentes discursos no campo do patrimônio elege o turismo como uma alternativa a práticas que têm fomentado conflitos ambientais entre áreas protegidas e comunidades do entorno. Para tanto, aborda como objeto de estudo a comunidade do Rio Preto (Sete Barras-SP), no entorno do Parque Estadual Carlos Botelho (PECB). Espera-se que ao compreender as relações entre grupos sociais e espaços naturais protegidos a partir de processos que se forjam em torno do patrimônio e do turismo, esse estudo contribua com perspectivas mais plurais em práticas e políticas de conservação ambiental. Essas questões têm sido investigadas a partir de um estudo de caso e por meio de uma abordagem crítico-discursiva, na qual é analisada a multivocalidade nos discursos que relacionam patrimônio e turismo, bem como as ações que têm conformado a interação entre comunidade e área protegida no tempo. Para tanto, os dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas com múltiplos atores, análise documental e observação direta na área delimitada para o estudo.

Data da defesa: 
terça-feira, 9 Fevereiro, 2021 - 17:00
Membros da Banca: 
Aline Vieira de Carvalho - Unicamp (Presidente)
Roberto Donato da Silva Júnior - Unicamp (Titular)
Cristina Fachini - Unicamp (Titular)
Andréa Rabinovici - Universidade Federal de São Paulo (Titular)
Esdras Matheus Silva Matias - Universidade Federal da Paraíba (Titular)
Heros Augusto Santos Lobo - UFSCar (Suplente)
Jorge Calvimontes - Unicamp (Suplente)
Mayara Roberta Martins - Universidade Federal do Rio Grande (Suplente)
Nome do Aluno: 
Tiago Juliano
Sala da defesa: 
Integralmente à distância - Link de transmissão (Youtube): https://www.youtube.com/watch?v=y58ypYAnSLU