O TRIUNFO DAS ÁGUAS: A ornamentação de lavabos e chafarizes em Minas Gerais (séculos XVIII e XIX)

O triunfo das águas na Capitania das Minas foi marcado pelo ritmo do vai e volta às bicas d’água. Tanto as/os negras/os escravizadas/os e pessoas pobres que abasteciam seus barris e bilhas nos chafarizes públicos quanto os padres que lavavam suas mãos nos lavabos das sacristias encaravam de frente as monstruosas carrancas que lhe adornavam. Essas máscaras animadas foram lavradas e entalhadas como adornos aprendidos dos cortejos de divindades marinhas e fluviais, entronizadas por delfins e acompanhadas pelo murmulhar de Deuses-Rios, Ninfas e Cupidos. A aparição dessas criaturas que personificam as águas no mundo colonial afro-luso-brasileiro se deu em torno de outros cortejos, não mais celebrando os nascimentos da água de Netuno e Anfitrite, mas antes, o poder do Senado e da Igreja Católica que mandava fabricar os monumentos da água para equipar e aformosear os povoados mineiros. O lugar de coleta das águas urbanas, no período colonial, ditava o ritmo dos tempos do cotidiano sempre cruzado pelo da celebração.

Data da defesa: 
segunda-feira, 30 Janeiro, 2023 - 14:00
Membros da Banca: 
Patricia Dalcanale Meneses - Orientadora (UNICAMP)
Claudia Valladão de Mattos Avolese (UNICAMP)
Iara Lís Franco Schiavinatto (UNICAMP)
Rodrigo Almeida Bastos (UFSC)
Angela Brandão (UNIFESP)
Programa: 
Nome do Aluno: 
Francislei Lima da Silva
Sala da defesa: 
Sala da Congregação - IFCH - UNICAMP