TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS ENTRE UNIVERSITÁRIOS E SUA ASSOCIAÇÃO COM AS VIVÊNCIAS ACADÊMICAS DOS ESTUDANTES

Este trabalho objetiva explorar a associação entre resultado positivo em um instrumento de rastreamento de possíveis casos de Transtornos Mentais Comuns (TMCs) e fatores relacionados à vivência universitária em uma amostra de estudantes de graduação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Os dados analisados são provenientes de um estudo transversal, obtidos através da aplicação de questionário estruturado, anônimo e de autopreenchimento, realizado com estudantes matriculados nos cursos de graduação de diversas áreas de conhecimento, entre 2017 e 2018. Neste trabalho de tese foram tratadas as informações sobre os estudantes com idade entre 17 e 25 anos, correspondendo a 6262 participantes. Têm-se como foco a análise do efeito de características referentes à relação do estudante com seu curso e a universidade e dos relacionamentos interpessoais no contexto da universidade sobre as chances de obter resultado positivo no instrumento Self Reporting Questionnaire (SRQ-20). Para tal, aplicou-se Modelos de Regressão Logística Binária, considerando diferenciais por sexo (ambos os sexos, sexo feminino e masculino) e por ano do curso (ingressantes e concluintes). Os resultados indicam maiores chances das mulheres, indivíduos não heterossexuais, estudantes que não possuem um local adequado para estudo em casa e que já procuraram por serviços de assistência à Saúde Mental da universidade obterem resultado positivo no SRQ-20. Os estudantes que relataram indicadores de boa integração ao curso e à universidade e percepção positiva sobre os relacionamentos interpessoais na universidade tiveram menores chances de ser um possível caso de TMCs. Destacam-se diferenças expressivas na experiência de homens e mulheres. Características acerca dos relacionamentos interpessoais na universidade tiveram um efeito mais expressivo sobre as chances de ser um caso suspeito de TMCs entre os estudantes expostos a maiores vulnerabilidades sociais, em especial para as mulheres. Para o sexo masculino, as variáveis sobre a relação com o curso e a universidade tiveram um efeito mais significativo sobre as chances de resultado positivo no SRQ-20 do que entre as mulheres. Quanto aos ingressantes e concluintes, constatou-se que estudantes que encontravam dificuldades para se manter no curso e que apresentaram indicadores de experiência negativa com a universidade e perspectivas ruins em relação ao futuro, respectivamente, tiveram maiores chances de ser um possível caso de TMCs. Verifica-se que as vulnerabilidades sociais são importantes marcadores da forma como ocorre a vivência universitária dos estudantes. Ter experiências universitárias positivas mostrou-se um fator protetivo aos TMCs entre os jovens universitários.

Data da defesa: 
segunda-feira, 27 Setembro, 2021 - 14:00
Membros da Banca: 
Profa. Dra. Glaucia dos Santos Marcondes (Presidente) (Orientador)
Profa. Dra. Luciana Correia Alves (IFCH/UNICAMP) - Membro Titular
Profa. Dra. Ana Maria Galdini Raimundo Oda (FCM/UNICAMP) - Membro Titular
Dra. Luciana Conceição de Lima (UFRN) - Membro Titular
Dra. Maira Covre Sussai Soares (UFRJ) - Membro Titular
Prof. Dr. Paulo Dalgalarrondo (FCM/UNICAMP) - Membro Suplente
Profa. Dra. Margareth Martha Arilha Silva (REIT/UNICAMP) - Membro Suplente
Dr. Carlos Alberto Dias (UFVJM) - Membro Suplente
Programa: 
Nome do Aluno: 
Marina Mendes Soares
Sala da defesa: 
https://youtu.be/NvSQPTKmKp4