TRANSIÇÕES DEMOGRÁFICA E EPIDEMIOLÓGICA: UM OLHAR DAS PARTICULARIDADES NO NORDESTE BRASILEIRO

Apesar de existir um senso comum de que a região Nordeste é atrasada em relação as demais regiões brasileiras, as suas disparidades intrarregionais mostram que isso pode não pode ser generalizado, principalmente quando levadas em considerações as particularidades de cada macrorregião de saúde. Com isso, o objetivo principal do presente trabalho foi analisar os processos de Transição Demográfica e Epidemiológica do Nordeste brasileiro. Mais especificamente, entender como as desigualdades socioeconômicas e em saúde estão alinhadas direta e indiretamente com tais transições, tomando como base a discussão do Modelo Polarizado Prolongado de Frenk et al. entre os anos de 1991 e 2010. As análises baseiam-se em dados do Censo Demográfico, Sistema de Informações de Mortalidade do DATASUS, Pesquisa Assistência Médico Sanitária – AMS, Sistema de Informação Ambulatorial e Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. Para tal, como o trabalho consiste em associar e analisar os dados para pequenas regiões, se faz necessário corrigi-los para torna-los mais fidedignos à realidade local. Portanto, incialmente foram corrigidas a preferência por dígito nas declarações de idade segundo sexo por meio do Índice de Whipple, para posteriormente padronizar a estrutura etária da população por meio do Método de Sprague. Após isso, utilizou-se o modelo de correção de óbitos em pequenas áreas proposto por Lima, Queiroz e Sawyer que combina o método DDM com padronização indireta, para corrigir tanto a qualidade da informação quanto à cobertura desses registros nas macrorregiões de saúde. Os resultados mostram que apesar do Nordeste estar seguindo a mesma direção das transições das demais regiões brasileiras, dadas as disparidades entre as macrorregiões de saúde, existem velocidades e padrões completamente distintas entre elas. Observou-se que a persistência de padrões demográficos e epidemiológicos estão ligados à manutenção de grandes desigualdades socioeconômicas e de saúde entre as macrorregiões de saúde. Onde quanto mais desigual for a macrorregião mais distinto será o padrão demográfico e epidemiológico encontrado. Por isso que estudar as principais disparidades entre grupos sociais e em pequenas áreas é de extrema importância no auxílio de construção de políticas públicas que visem responder adequadamente as necessidades específicas de cada região e grupo social, contribuindo para a redução das desigualdades socioeconômicas e mortalidade.

Data da defesa: 
segunda-feira, 13 Março, 2023 - 14:00
Membros da Banca: 
Luciana Correia Alves - Orientadora (Unicamp)
Claudia Cristina de Aguiar Pereira (Fundação Oswaldo Cruz)
Laeticia Rodrigues de Souza (Unicamp)
Programa: 
Nome do Aluno: 
Cristian Arnecke Schroder
Sala da defesa: 
Sala de Defesa de Teses