Transição escola-trabalho: uma análise da influência da origem social sobre a inserção laboral dos jovens no Brasil

A relevância dos jovens nas sociedades decorre da sua grande participação na força motriz cultural, social e econômica. Atendo-nos a faceta socioeconômica da participação dos jovens na dinâmica de um país, um tema relevante é a transição do sistema educacional ao produtivo, ou seja, a transição escola-trabalho dos jovens. Tal transição é um dos pilares da transição para a vida adulta que abrange um processo mais amplo de autonomização, independência financeira, e obtenção de emprego (CARDOSO, 2008; FRESNEDA, 2009). O ponto que queremos destacar neste vasto campo é o processo da transição junto a incerteza do destino ocupacional dos jovens devido às múltiplas variáveis que podem influenciar no curso de vida dos indivíduos, tais como a origem social dos mesmos, e variáveis sociodemográficas. Junto às possibilidades de destino vem o peso do mérito sobre as trajetórias educacionais e profissionais dos jovens. As ideias meritocráticas afirmam um sucesso baseado nos esforços individuais como se as questões socioeconômicas e relacionadas às origens sociais dos jovens não atuassem em suas trajetórias. E atuam?Com essas provocações em mente, questiona-se: a origem social dos jovens influi sobre seu destino no mercado laboral? E ao considerarmos a relevância da educação e crescente busca pela qualificação profissional no decorrer dos anos, o sistema educacional brasileiro atuaria como equalizador social, abrindo as mesmas oportunidades laborais para pessoas de origens sociais e características sociodemográficas distintas? Para responder a tais perguntar usamos dados do Scohol to work Transition Survey, elaborados e aplicados pela Organização Internacional do Trabalho em 2013, no Brasil. A partir da análise descritiva e modelos de regressão multinomial multipla, os resultados indicam que o nível educacional é o fator mais fortemente relacionado com a classe de destino dos jovens, logo, com uma proxy do status social do jovem, renda e outros capitais. Mas as variáveis sobre origem social, sexo e raça/cor indicam indicam relevância, tanto sobre o nível educacional alcançado pelo jovem, quanto sobre a classe de ocupação atingida.

Data da defesa: 
sexta-feira, 25 Fevereiro, 2022 - 14:00
Membros da Banca: 
Profa. Dra. Joice Melo Vieira (Presidente) (Orientador)
Profa. Dra. Rosana Aparecida Baeninger (IFCH/UNICAMP) - Membra Titular
Dra. Stella Maria Barbera da Silva Telles (NEPP/UNICAMP) - Membra Titular
Profa. Dra. Ana Silvia Volpi Scott (IFCH/UNICAMP) - Membra Suplente
Dra. Silvana Nunes de Queiroz (URCA) - Membra Suplente
Programa: 
Nome do Aluno: 
Ianca Almeida da Silva
Sala da defesa: 
Integralmente à distância