Transformações sociodemográficas e desigualdades: desafios presentes e futuros

As transformações sociais e econômicas globais verificadas nos últimos anos resultam de processos históricos que não podem ser negligenciados. No caso específico do Brasil, tais transformações refletem uma intensa desigualdade na conformação de sua sociedade e nas dinâmicas demográficas dos seus distintos segmentos populacionais, vivenciada ao longo de sua história. As investigações buscam não apenas mapear as desigualdades, no passado e no presente, e suas interfaces com a dinâmica demográfica como propor recomendações para políticas públicas de enfrentamento do problema. 
A partir do campo de estudos das relações entre população e ambiente, em termos gerais, será considerada a dimensão socioespacial do processo de urbanização, assim como as relações que se estabelecem entre o rural e o urbano, através de comparações de situações nacionais e internacionais, principalmente nas Américas. Especificamente, serão trabalhados temas como desastres socialmente construídos, vulnerabilidade sociodemográfica, percepções e atitudes frente a questões ambientais, considerando o contexto no qual as mudanças e variações climáticas ganham cada vez mais importância.
Sob a perspectiva da redistribuição espacial da população serão tratadas as diferentes modalidades migratórias presentes nas migrações internacionais, incluindo refúgio, migração qualificada, de retorno, ambiental, no contexto dos processos migratórios Sul-Sul; e, de outro lado, as especificidades demográficas desses fluxos, incluindo gênero, raça/cor e grupo social.
Vale ressaltar que transformações econômicas e sociais são, ao mesmo tempo, responsáveis pela produção de riqueza e, contraditoriamente, também pela ampliação das desigualdades sociais. Independentemente do pertencimento social dos indivíduos, as relações familiares, em particular, e de parentesco, de um modo geral, são responsáveis por vínculos sociais estruturantes. Como nexos fundamentais na vida social, cabe indagar que papel desempenham na mitigação dos efeitos das desigualdades ou de seu agravamento ou acentuação. Alguns elementos são particularmente relevantes: diferenciais na fecundidade, as relações e hierarquias de gênero e sua articulação com as características e hierarquias de idade ou geração.
Como as desigualdades reverberam no campo da saúde, morbidade, mortalidade e envelhecimento é outra frente promissora desse projeto.

Coordenador(a): 
Luciana Correia Alves
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