Testemunho de massacre na eleboração da obra Os Sertões (1902) de Euclides da Cunha

Euclides da Cunha (1866-1909), autor de Os Sertões (1902), além de jornalista, é apreendido em nossas investigações como testemunha ocular do Massacre em Canudos, ocorrido no ano de 1897 no sertão baiano brasileiro. O escritor, por meio de produções como a poesia Página Vazia (1897), pôde possibilitar a nós, historiadores do início do século XXI, o estudo de sua obra maior, Os Sertões. Isso foi possível por meio de novos questionamentos que situamos no âmbito das problemáticas da historiografia, dentre elas, a importância do testemunho e da testemunha ocular no encalço das representações históricas do nosso passado. Dessa forma, vale salientar que procuramos voltar nossa atenção à escrita do autor circunscrita à terceira parte da obra, A Luta, em que Euclides relata com riqueza de detalhes o massacre dos homens anônimos de Canudos. Por outro lado, o estudo de Os Sertões conduziu-nos a várias problematizações acerca da história e da memória que nos levam a reconhecer, na sociedade brasileira, o Massacre em Canudos como traumático, devido à atrocidade a que foram submetidos cerca de 25 mil habitantes do Arraial de Canudos. Dessa forma, cabe nos perguntarmos no âmbito desta dissertação: qual relação pode-se estabelecer entre os testemunhos históricos deixados por Euclides da Cunha em Página Vazia (1897) e em Os Sertões (1902) com os testemunhos históricos do químico Primo Levi, em obras como É isto um homem? (1958) e Os afogados e os sobreviventes: os delitos, os castigos, as penas, as impunidades (1986), para as nossas investigações acerca de Passados Traumáticos? Além disso, qual a importância, em termos de História e Memória, de voltarmos nossa atenção para os estudos sobre Canudos por meio dos vestígios deixados por Euclides da Cunha em suas obras? Ademais, pensando a obra euclidiana na relação com os Direitos Humanos, procuramos responder a seguinte questão: em que medida Euclides da Cunha, na ânsia de denunciar o crime que foi o Massacre em Canudos, conseguiu deixar evidenciada em sua obra maior a denúncia do crime cometido contra as vítimas submetidas àquele evento sem limites?

Data da defesa: 
quarta-feira, 13 Setembro, 2017 - 17:00
Membros da Banca: 
Prof. Dr. José Alves de Freitas de Neto (IFCH/UNICAMP) - Orientador
Profa. Dra. Josianne Frância Cerasoli (IFCH/UNICAMP) - Membro
Profa. Dra. Christina da Silva Roquette Lopreato (IFCH/UNICAMO) - Membro
Profa. Dra. Iara Lis Franco Schiavinatto (IA/UNICAMP) - Suplente
Profa. Dra. Janice Theodoro da Silva (FFLCH/USP) - Suplente
Programa: 
Sala da defesa: 
Sala de Defesa de Teses

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