Teoria Crítica e Utopia

O objetivo desta tese é retomar a gênese da Utopia no eixo temático Teoria Critica. Para isso, circunscrevemos tal tarefa na obra de Herbert Marcuse, com o intuito de mostrar que, por mais que o autor oscile em suas perspectivas de saída, a Utopia é uma constante em sua obra, mas, para além disso, uma “nova” concepção de Utopia surge com este autor. Nova no sentido de que Marcuse tentou fazer uma crítica ao aspecto “Tradicional” de utopia, que fora atacada por Marx e pelos fundadores da Teoria Crítica. A tentativa de Marcuse é de colocar em prática a concepção de Bloch, que também havia sido apropriada por Benjamin Porém, na trajetória de Marcuse, a utopia está sempre presente, desde os textos sobre a biologia até seu livro mais sombrio One-Dimensional Man, passando pelo O Fim da Utopia. Seria este o legado de Herbert Marcuse? Nossa tese consiste em mostrar que, mesmo seguindo uma vertente em que a Utopia é altamente negada, Marcuse busca ressignificar e rearticular esta noção, de modo a contrapô-la àquela antiga e ressaltar os potenciais emancipatórios desta. Esta retomada se justifica, na medida em que é necessário ainda recolocar o conceito de Utopia no debate atual da Teoria Critica, uma vez que: a) se um dos horizontes da Teoria Critica é a emancipação, deveríamos, portanto, questionar: partindo ainda desse horizonte de emancipação, como seria possível vislumbrá-la sem ser Utópico? Reconstruir a subtração desse conceito na história, será tarefa motriz dessa pesquisa. Nosso empenho não está somente no mapeamento deste conceito na obra de Marcuse, mas em ressaltar um legado filosófico e político da persistência desse autor que defendeu até o fim de sua vida o fim da repressão abusiva e a busca de um mundo emancipado.