A dissertação tem como objetivo investigar a historicidade do fazer musical de pessoas negras que tocavam um instrumento ao mesmo tempo em que desempenhavam outras atividades profissionais, como ferroviários e pedreiros. Deste modo, a pesquisa analisa como músicos negros estiveram presentes na vida social brasileira e como, por meio dos sons de seus instrumentos, integraram um amplo movimento de contestação das hierarquias e marcadores raciais. Partindo da experiência da fundação da Corporação Musical Campineira dos Homens de Cor em 1933, busco compreender uma tradição que remonta às bandas de escravizados e às bandas dos regimentos militares, ainda no século XIX, passando pela criação de inúmeras jazz-bands pelo interior de São Paulo nas primeiras décadas do século XX. Neste momento, para além dos tradicionais dobrados, os músicos se interessaram pelos novos gêneros musicais como o maxixe, o tango e o jazz. Por fim, a dissertação também destaca o papel desempenhado pelo associativismo negro em Campinas na criação da Corporação, na medida em que a prática musical era vista como um elemento importante na educação dos negros e, nesse sentido, um elemento fundamental para o exercício da cidadania.
SONS DA CIDADANIA: BANDAS, MÚSICOS NEGROS E UMA CORPORAÇÃO MUSICAL EM CAMPINAS NO PÓS-ABOLIÇÃO
Data da defesa:
quinta-feira, 24 Junho, 2021 - 10:00
Membros da Banca:
Prof. Dr. Rodrigo Camargo de Godoi (IFCH) - Orientador
Profa. Dra. Lucilene Reginaldo (IFCH/UNICAMP) - Membro Titular
Dra. Martha Campos Abreu (UFF) - Membro Titular
Dra. Lucia Helena Oliveira Silva (UNESP) - Membro Suplente
Profa. Dra. Raquel Gryszczenko Alves Gomes (IFCH/UNICAMP) - Membro Suplente
Programa:
Nome do Aluno:
Ana Paula de Lima
Sala da defesa:
Integralmente à distância