Sobre letras e leis: indianismo e justiça em Bernardo Guimarães

O indianismo emergiu como uma das principais vertentes da literatura nacional no século XIX. Mas, como já denunciavam juristas, a exemplo de Perdigão Malheiros em 1866, pode-se considerar que um dos pressupostos dessa vertente literária é a idealização do índio que, por sua vez, contrastava com a realidade que o marginaliza no Império. No entanto, em certos casos, os mesmos homens que lidavam com o cotidiano das políticas indigenistas também escreviam literatura indianista. Por conseguinte, a tese analisa o caso de Bernardo de Guimarães autor que se formou Bacharel em Direito em São Paulo, atuou como jornalista e escritor no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, e foi Juiz na Província de Goiás, local em que lidou com a questão indígena nos tribunais encontrando subsídios empíricos para suas obras de ficção protagonizadas por personagens indígenas. Dada a natureza da atuação do romancista no Judiciário esta tese tem como método o cruzamento de fontes de procedências diversas, principalmente literárias e jurídicas. Nela, entre outros temas, investiga-se a invenção do caboclo na literatura de Bernardo de Guimarães como solução ao problema da mão de obra inaugurado após o fim do tráfico de escravos africanos, em 1850.

Data da defesa: 
quarta-feira, 3 Maio, 2023 - 14:00
Membros da Banca: 
Rodrigo Camargo de Godoi - Orientador (UNICAMP)
Maria Helena Pereira Toledo Machado (USP)
Wilton José Marques (UFSCAR)
Jefferson Cano (UNICAMP)
Jose Mauricio Paiva Andion Arruti (UNICAMP)
Programa: 
Nome do Aluno: 
Larissa Alves Mundim
Sala da defesa: 
Sala de Defesa de Teses