O aumento demográfico e a insalubridade foram fundamentais para a expansão urbana no século XIX, tornando o acesso à moradia um problema de ordem pública. A demanda por habitação superava a oferta, e os altos preços de aluguel impediam os grupos mais pobres de acessar moradias mínimas. Nesse contexto, os cortiços se tornaram espaços de ocupação e pesquisa, simbolizando insalubridade e desorganização urbana. A "questão da habitação" foi analisada por diversos agentes em cidades como São Paulo, incluindo técnicos, políticos, proprietários, inquilinos e comerciantes. O debate sobre moradia frequentemente gerou propostas contraditórias, que visavam tanto a construção de casas e vilas operárias quanto a reforma ou destruição dos cortiços. Esse processo, influenciado por práticas internacionais, envolveu saberes técnicos, legislações e modelos arquitetônicos. A tese propõe que as cidades funcionam como “laboratórios plurais de observação”, com a participação de múltiplos agentes no debate político e na formulação de leis, formando redes colaborativas. O recorte temporal abrange de 1881, com as primeiras propostas de reforma do Código de Posturas, até 1921, ano da promulgação da Lei do Inquilinato. O conjunto de fontes utilizado revela as disputas e a intersecção de interesses na elaboração de políticas públicas.
São Paulo, cidade laboratório: a questão habitacional entre a pesquisa, circulação de saberes e articulações políticas na passagem do século XIX para o XX
Data da defesa:
sexta-feira, 6 Dezembro, 2024 - 09:00
Membros da Banca:
Maria Stella Martins Bresciani - Orientadora (UNICAMP)
Fernando Atique (UNIFESP)
Ângelo Bertoni (Aix-Marseille Université)
Josianne Frância Cerasoli (UNICAMP)
Flávia Brito do Nascimento (USP)
Programa:
Nome do Aluno:
Philippe Arthur dos Reis
Sala da defesa:
Sala de Defesa de Teses