RUÍDOS NA METRÓPOLE FRAGMENTADA: Performances punks, ressentimentos & revoltas em terras Tupiniquins. São Paulo (1978 - 1988)

Esta pesquisa investigou os circuitos punks e os dramas dos ressentimentos em revolta visíveis em corpos que transitavam por subterrâneos e galerias da Região Metropolitana de São Paulo (1978 – 1988), território compreendido como antiga tekoás dos povos originários. Estudando o período de crescente conurbação na região e considerando suas conturbações históricas, o texto apresenta as in/tensas relações sensíveis pulsantes naquelas cidades, destacando as ambivalentes paixões políticas entre punks. O trabalho procura construir uma narrativa sobre os devaneios & errâncias punks através da série de vestígios sonoros e imagéticos colhidos na Coleção Movimento Punk, preservado no Centro de Documentação e Informação Científica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (CEDIC/PUC). No trajeto investigativo, foram analisados Long Plays (LPs) e Extend Plays (EPs) de grupos musicais que emergiram nesse contexto e que gravaram suas composições sonoras no decorrer da década de 1980. Valendo-se de registros em coletâneas, pequenos compactos e outras gravações independentes, inspiradas pela est/ética do “Faça você mesmo”, a investigação seguiu nos fragmentos – de fanzines, audiovisuais, documentários e ficções, artigos de jornais e revistas – as errâncias das vidas punks nas cidades. Perseguindo esses desvios, a tese apresenta as experiências e partilhas do sensível nos subterrâneos & galerias onde transitavam esses seres urbanos. A hipótese central desta pesquisa, filiada aos estudos que consideram as relações entre razão e sentimentos na história (BRESCIANI&NAXARA, 2004; ANSART, 2019), interroga o papel dos des/afetos de ressentimentos & revoltas. Pressupondo-os como sensibilidades constituintes do cotidiano, das reverberações sonoras e performances punks nessa metrópole, construída sobre terras Guaranis.