O tema desta dissertação é o caminho do Partido Comunista do Brasil (PCB) da linha política dita “classe contra classe”, de rejeição às esquerdas reformistas e de preparação a um contexto de esperadas explosões revolucionárias, para a tática de “frentes populares”, de alianças com grupos ideológicos diversos e combate prioritário ao nazifascismo, percorrido de 1928 a 1935 conforme as determinações da Internacional Comunista (Comintern), que dirigia o movimento internacional a partir de Moscou, capital da União Soviética. A pesquisa descrita no texto teve como objetivo analisar o papel do PCB nas agitações antifascistas ocorridas no Brasil entre os anos de 1933 e 1935, sua participação na mudança tático-teórica que se estava promovendo no comunismo internacional rumo à valorização do antifascismo e a função da chamada “3.ª Conferência dos Partidos Comunistas da América do Sul e Central”, reunida em Moscou entre 16 e 28 de outubro de 1934, na transformação entre os comunistas brasileiros e na provocação das rebeliões militares em Natal, Recife e Rio de Janeiro entre 23 e 27 de novembro de 1935. Para elaborar o argumento, utilizou-se ampla documentação interna e jornalística do PCB e da Comintern depositada em arquivos do Brasil e da Rússia, bem como a bibliografia consagrada e mais recente sobre a história do Brasil e da URSS e da atividade dos comunistas brasileiros. Pressupondo-se uma estreita articulação entre condições materiais e produção ideológica em dado meio histórico e geográfico, e entre as diversas partes do mundo por meio de imigrações, viagens, imprensa, diplomacia e trocas culturais, comerciais e simbólicas, uma das conclusões alcançadas foi a de que o PCB esteve intimamente ligado à ebulição antifascista brasileira em meados da década de 1930, a qual se achava ela própria imbricada à conscientização mundial contra o fascismo e o nazismo. Concluiu-se também que a dinâmica resultante na famigerada “Intentona Comunista” concernia essencialmente às próprias regiões em que houve revoltas e que, portanto, não partiu de Moscou a ordem para sua eclosão, sendo que as reuniões em 1934 haviam estipulado somente que o PCB continuasse preparando o terreno para iminentes lutas revolucionárias, e não iniciasse imediatamente uma guerrilha popular.
Revolução, guinadas e antifascismo: a Comintern e o PCB rumo às “frentes populares” (1928-1935)
Data da defesa:
quarta-feira, 22 Fevereiro, 2017 - 17:00
Membros da Banca:
Prof. Dr. Claudio Henrique de Moraes Batalha (IFCH/UNICAMP) - Orientador
Prof. Dr. Dainis Karepovs (ALESP) - Membro
Prof. Dr. Michael McDonald Hall (IFCH/UNICAMP) - Membro
Prof. Dr. Murilo Leal Pereira Neto (UNIFESP) - Suplente
Prof. Dr. Fernando Teixeira da Silva (IFCH/UNICAMP) - Suplente
Programa:
Nome do Aluno:
Érick Fiszuk de Oliveira
Sala da defesa:
Sala de Defesa de Teses