Na história do Antigo Regime francês, das oito filhas de Luís XV, seis chegaram à idade adulta e foram um grupo singular, cuja longa presença na corte atravessou os reinados de seu pai e de seu sobrinho, Luís XVI. Esta peculiaridade resultou nas diversas oportunidades que artistas tiveram de representá-las tanto na corte quanto fora dela, em uma vasta iconografia que ultrapassa o final do século XVIII.
Esta tese, que teve como ponto de partida a série dos Quatro Elementos de Jean-Marc Nattier e foi transformada em um estudo abrangente dessa iconografia, olha para as imagens resultantes das divergências e convergências nos caminhos dessas princesas. Ela busca uma visão do todo e das particularidades, com capítulos que analisam o conjunto de sua iconografia e com um inventário de cada um de seus retratos. O inventário, redigido em francês, foi o mais exaustivo possível, dentro das circunstâncias de realização da tese e a partir das fontes e bibliografia acessíveis. Ele é composto pelos retratos originais e por suas incontáveis réplicas e cópias, compreendendo o período de 1727 a 1802.
Foram levadas em consideração a bibliografia e as fontes conhecidas da iconografia sobrevivente das princesas, bem como as numerosas fontes primárias que descrevem encomendas de retratos perdidos. Realizada principalmente no Brasil e na França, a pesquisa pode ser baseada em grande parte nos arquivos dos Bâtiments du roi, dos Menus-Plaisirs du roi, das Affaires étrangères e da Maison de Mesdames, mas também nos centros de documentação e bibliotecas de diversos museus e instituições desses dois países, bem como da Inglaterra e dos Estados Unidos. Na medida do possível, foi inventariada também a produção artística realizada fora da França e no interior dos conventos carmelitas.