Pontes de papel: intelectuais, projetos revolucionários e concepções americanistas nos Cuadernos Americanos (1942-1959)

O objetivo da pesquisa foi analisar repertórios e produções discursivas sobre as concepções americanistas expostas e defendidas nos Cuadernos Americanos, publicação mexicana criada em 1942, e que teve grande relevância no cenário político e cultural do continente. O México pós-revolucionário, com a consolidação do poder do Partido Revolucionário Institucional (PRI), fomentou debates e discussões sobre a identidade e a unidade dos povos latino-americanos. Os Cuadernos Americanos, fundado e dirigido pelo historiador Jesús Silva Herzog, reuniu intelectuais que problematizaram a noção de revolução, de participação popular e o ideário de pautas associadas a diferentes experiências históricas, como a Guerra Civil espanhola e a propagação do socialismo pelo mundo. Desta forma, o recorte temporal da análise sobre produções identitárias estende-se da origem da revista até 1959, ano da Revolução em Cuba - marco fundamental na história da América. Muitas concepções americanistas de autores de diversos países atravessaram a revista, como por exemplo Haya de la Torre propunha uma Indoamérica, valorizando o índio ao invés do latino, de origem europeia; por outro lado a noção de Pan-americanismo, centrada nos Estados Unidos, foi muito criticada. Assim, analisaremos esta revista-mundo a partir da história intelectual e da história global, a fim de evidenciarmos que ao articular tantas questões e reposicionar a discussão sobre as identidades em um país multifacetado, os colaboradores procuravam construir pontes de papel e projetar um ideário estruturado pelo clamor - tanto pela experiência como pela expectativa - da revolução.

Data da defesa: 
quinta-feira, 9 Fevereiro, 2023 - 14:00
Membros da Banca: 
José Alves de Freitas Neto - Orientador (Unicamp)
Caio Pedrosa da Silva (UEL)
Luiz Estevam de Oliveira Fernandes (Unicamp)
Programa: 
Nome do Aluno: 
André Mateus Pupin
Sala da defesa: 
Comvest