POLIFONIA ANTI-IMPERIALISTA: POLÍTICA E IDENTIDADE LATINO-AMERICANA NA DÉCADA DE 1920

A tese investiga os debates de intelectuais anti-imperialistas latino-americanas na década de 1920. O estudo buscou compreender as questões político-identitárias implicadas nas práticas políticas desta intelectualidade e na formação de identidades coletivas pautadas por interpretações distintas sobre o imperialismo. Entre tais identidades, o entendimento priorizado é o das correlações entre a identidade supra-nacional latino-americana e a militância anti-imperialista. Para tanto, a pesquisa se deu a partir suas obras e biografias, publicações periódicas, trocas epistolares, registros de encontros e da formação de grupos de ação. A análise desta documentação foi feita a partir da noção de redes intelectuais, perscrutando relações e práticas políticas dialógicas, conjuntas e transnacionais. Nas redes anti-imperialistas analisadas, se destacaram os agentes Manuel Ugarte, José Ingenieros, Alfredo Palacios, José Vasconcelos, Víctor Raúl Haya de la Torre, José Carlos Mariátegui, Julio Antonio Mella. Os modos de sociabilidade entre os intelectuais do período foram objeto de reflexão, destacando a importância da categoria de geração e seus desdobramentos, como as noções juventude e maestro. A compreensão das dinâmicas de sociabilidades possibilitou a investigação da composição da auto-imagem de vanguardismo político da qual os sujeitos se viam investidos. Foi demonstrado como o vanguardismo, apreendido como militância, era orientado na luta política para a superação da desigualdade social e o enfrentamento do imperialismo. Esse enfrentamento compreendia de forma multifacetada conceitos como ideologia política e militância de esquerda, nação e nacionalismo, transformação radical e revolução. O estudo compreendeu as possíveis conformações recíprocas entre o posicionamento político anti-imperialista e o conjunto identiário apreendido por América Latina.