O PADRÃO DE OCUPAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS: UMA LEITURA SOCIODEMOGRÁFICA DE SUAS TENDÊNCIAS NA ÚLTIMA DÉCADA

Este trabalho tem como objetivo compreender e fornecer contribuições metodológicas para a análise do processo de produção do espaço e de periferização na Região Metropolitana de Campinas (RMC). Dentre as características destes processos presentes nesta região destaca-se a homogeneização das “novas periferias” e a “heterogeneização” das chamadas “periferias tradicionais”. Deste modo, este trabalho objetiva aprofundar o entendimento desses processos por meio da leitura sociodemográfica com base nos dados dos Censos, aliada a utilização de métodos e técnicas tais como o sensoriamento remoto e a utilização de fontes de dados alternativas, aqui representadas pelos dados de anúncios de imóveis de uma plataforma digital, que permitem um olhar intraurbano em escala mais detalhada, orientado para os componentes do tecido urbano. Além disso, a adoção de tais métodos visa diminuir a dependência dos dados censitários, especialmente nos períodos em que o último censo demográfico se mostra temporalmente defasado. Os resultados apresentamos apontam para a manutenção dos processos observados na década de 2000, com a heterogeneização dos espaços de pobreza, por meio principalmente da melhora das infraestruturas e amenidades urbanas, assim como do perfil construtivo das habitações, e a homogeneização dos espaços de riqueza, com a manutenção do perfil das habitações e seus entornos, em especial quando observados os condomínios fechados. Esses resultados mostram que na década de 2010, o desenvolvimento urbano na metrópole campineira apresentou a continuidade dos processos econômicos e sociais, ampliando a produção urbana de novos territórios de moradia, mesmo nas áreas com baixo crescimento demográfico no período de 2000 a 2010.