A interpretação defendida nesta tese consiste na compreensão de que, após a publicação das Meditações, houve uma mudança na concepção de causalidade proposta por Descartes naquele texto. Nas Meditações, Descartes apresenta uma concepção de causalidade interacionista que consiste na ideia de que as substâncias finitas, alma e corpo, são causas eficientes das mudanças que acontecem quando há interação entre elas. Essa perspectiva foi criticada pelos interlocutores contemporâneos de Descartes a exemplo de Gassendi, Arnauld e Elizabeth. O conteúdo dessas críticas é chamado de problema da heterogeneidade. O problema da heterogeneidade se fundamenta na alegação de que é impossível que uma alma e um corpo interajam entre si porque eles têm naturezas distintas, i.e. almas são imateriais e corpos são materiais. Buscando resolver esse problema, Descartes gradualmente desenvolve, durante os últimos dez anos de sua vida, uma concepção ocasionalista de causalidade. De acordo com essa concepção, a causa de todas as mudanças na natureza é Deus, de modo que a distinção de natureza entre alma e corpo não impede que haja relação entre eles.
OCASIONALISMO NA FILOSOFIA DE DESCARTES ENTRE 1641 E 1649
Data da defesa:
sexta-feira, 22 Abril, 2022 - 14:00
Membros da Banca:
Presidente Prof. Dr. Marcio Augusto Damin Custodio IFCH/ UNICAMP
Membros Titulares Profa. Dra. Fátima Regina Rodrigues Évora IFCH/ UNICAMP
Dra. Lia Levy Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Dr. Giorgio Gonçalves Ferreira Universidade do Estado da Bahia
Dr. César Augusto Battisti Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Membros Suplentes Prof. Dr. Lucas Angioni IFCH/ UNICAMP
Dr. José Portugal dos Santos Ramos Pesquisador
Dr. Matheus Barreto Pazos de Oliveira Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Programa:
Nome do Aluno:
Gabriel Arruti Aragão Vieira
Sala da defesa:
Integralmente a distância - link https://meet.google.com/vfi-iemq-ztk