NOVAS FORMAS DE MENSURAR E ANALISAR O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL NO BRASIL DO SÉCULO XX

O declínio da fecundidade é um fenômeno central quando se busca apreender o processo de envelhecimento populacional, mas o que tem condicionado o surgimento de novas formas de conceituar e mensurar o envelhecimento é a ampliação da expectativa de vida, especialmente no caso da expectativa de vida em idades adultas ou idades avançadas. A discussão sobre a mensuração do envelhecimento é uma necessidade objetiva diante de um fenômeno cada vez mais presente na sociedade, sobretudo para a definição de público elegível a determinadas políticas públicas. Esta tese propõe uma revisão da análise sobre envelhecimento populacional no Brasil, partindo da análise que considera as novas formas de conceituar e mensurar o envelhecimento populacional; e estabelecendo uma perspectiva subnacional que favoreça a construção de um ponto de vista crítico, o qual questiona os efeitos da utilização da expectativa de vida como indexador de direitos sociais dirigidos às pessoas idosas. O objetivo é utilizar diferentes abordagens e conceitos de idade para mensurar o envelhecimento populacional e evidenciar parte das desigualdades nesse processo. Para tanto, são calculados indicadores de envelhecimento com base em medidas tradicionais e com base nas novas formas de mensurar o envelhecimento. Primeiro, com a abordagem prospectiva,o estudo utiliza dados do IBGE para o Brasil e suas cinco grandes regiões, compreendendo o período entre 1980 e 2060. Os principais indicadores utilizados nessa análise são: (i) a idade mediana da população; (ii) proporção de idosos; e (iii) razão de dependência dos idosos. Por fim, com a abordagem das características, são calculadas as idades relativas de diferentes subgrupos populacionais, utilizando dados sobre a força de preensão manual de pessoas com 50 anos ou mais contantes na amostra do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-BRASIL) para o ano de 2015. Os resultados do estudo com base na abordagem prospectiva indicam que o envelhecimento populacional é uma tendência para todas as regiões do Brasil, mas que há diferenças importantes no estágio de envelhecimento de cada região, ou seja, há regiões em estágio mais avançado no processo de envelhecimento populacional mensurado tanto com as medidas tradicionais como com as medidas prospectivas. Além disso, as medidas prospectivas apresentam um ritmo de envelhecimento mais lento quando comparado com as medidas tradicionais. O resultado obtido na abordagem das características estabelece que brasileiros de uma mesma coorte de nascimento podem ter mais de 10 anos de diferença entre suas idades relativas, ou seja, dependendo do subgrupo de renda, escolaridade ou região do país, alguns brasileiros têm características de pessoas 10 anos mais jovens (ou mais velhas) do que outros brasileiros com a mesma idade cronológica.

Data da defesa: 
quarta-feira, 3 Abril, 2024 - 09:00
Membros da Banca: 
Presidente Profa. Dra. Luciana Correia Alves IFCH/ UNICAMP
Membros Titulares Profa. Dra. Glaucia dos Santos Marcondes REIT/ UNICAMP
Profa. Dra. Joice Melo Vieira IFCH/ UNICAMP
Dr. Tiago da Silva Alexandre Universidade Federal de São Carlos
Dra. Vanessa Gabrielle di Lego Goncalves Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional - UFMG
Membros Suplentes Dra. Adriana de Miranda-Ribeiro Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional - UFMG
Prof. Dr. Everton Emanuel Campos de Lima IFCH/ UNICAMP
Dra. Carla Jorge Machado Universidade Federal de Minas Gerais
Programa: 
Nome do Aluno: 
Anderson Gonçalves
Sala da defesa: 
Sala Multiuso