As mulheres africanas traficadas para a América portuguesa vivenciaram formas diferentes de escravização em relação aos africanos que também desembarcaram nos portos coloniais. Estudos têm comprovado que o espaço urbano também configurou condições específicas de exploração da mão de obra africana e resistência, é neste contexto que se insere o presente trabalho, mais especificamente tratando das africanas ocidentais que ficaram em Salvador, Bahia. Inseridas na dinâmica escravista, essas mulheres desenvolveram estratégias para conseguir a alforria e melhores condições vida em liberdade a partir do trabalho de rua. Conhecidas como “ganhadeiras”, escravizadas ou libertas, elas foram fundamentais para a economia colonial em Salvador. Nesta dissertação analiso a trajetória de africanas, minas e jejes, em Salvador, entre a segunda metade do século XVIII e as primeiras décadas do oitocentos. Ancorada no debate sobre trabalho urbano, gênero e etnicidade, investigo a compra de alforrias e de propriedades com recursos oriundos do trabalho, assim como as redes de sociabilidade entre africanas de mesma “nação”. Para este fim, foram utilizadas fontes eclesiásticas e notariais, dentre elas os registros de batismos, casamentos e óbitos disponíveis no FamilySearch, testamentos e inventários post-mortem depositados no Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB), assim como algumas procurações e escrituras de compra e venda que também estão sob guarda do APEB, mas disponíveis online.
NEGÓCIOS DE AFRICANAS: trabalho, crédito e patrimônio (Salvador, 1770-1830)
Data da defesa:
sexta-feira, 13 Dezembro, 2024 - 09:00
Membros da Banca:
Lucilene Reginaldo - Presidente (UNICAMP)
Lorena Féres da Silva Telles (UNICAMP)
Tiago Luís Gil (UnB)
Programa:
Nome do Aluno:
Alanna Peronio Bacelar Pereira
Sala da defesa:
Sala de Defesa de Teses - IFCH/UNICAMP