Mulheres negras, mercado de trabalho, racismo e sexismo (Campinas, 1876 -1892)

A história do trabalho e dos trabalhadores tem sido alvo de diversos estudos na historiografia brasileira. Contudo, as experiências e agências de trabalhadores negros livres e libertas, no contexto da escravidão, ainda contam com poucas análises. Principalmente, no que se refere às vivências das mulheres negras. Sendo assim, esta dissertação tem como principal objetivo atentar para aspectos da presença dessas personagens no mundo do trabalho em Campinas, entre 1876 e 1892. A partir de um levantamento do perfil das trabalhadoras que buscaram assistência no Hospital de Caridade da Santa Casa de Misericórdia da cidade, dos censos de 1872 e 1890 e de fontes sobre a população produzidas pela Assembléia Legislativa Provincial foi possível realizar uma pesquisa acerca das profissões que as mulheres exerciam no período. O cruzamento dessa documentação com os almanaques campineiros e da província permitiu a reconstituição de aspectos do mercado de trabalho na região. O final do século XIX é marcado por intensas transformações nas hierarquias sociais e disputas acerca dos entendimentos sobre raça e gênero. Sendo assim, o reconhecimento da cor das trabalhadoras permitiu a identificação de tendências raciais na distribuição das mulheres nas ocupações urbanas. Ambiente no qual foi possível identificar também a associação das ideias de raça e mulheridade às características morais, culturais e físicas. Esta pesquisa também observou os impactos desses processos na organização do mercado de trabalho.

Data da defesa: 
segunda-feira, 4 Setembro, 2023 - 14:00
Membros da Banca: 
Lucilene Reginaldo - Orientadora (UNICAMP)
Ynaê Lopes dos Santos (UFF)
Robert Wayne Andrew Slenes (UNICAMP)
Programa: 
Nome do Aluno: 
Taina Aparecida da Silva Santos
Sala da defesa: 
Teses I