Este trabalho analisa os discursos e imagens sobre a identidade nacional no México na história em quadrinhos Almas de Niño, publicada pela primeira vez entre 1943 e 1948. Utilizando-se do melodrama, a HQ dialoga com debates intelectuais e políticas públicas voltadas para a integração das diversas culturas naquilo que seria a identidade nacional mexicana, como os trabalhos de José Vasconcelos e Manuel Gamio e a criação da Secretaria de Educación Pública e da Dirección de Antropología. Almas de Niño ganhou um alcance nacional, sendo publicado nas principais grandes cidades do país e seu personagem principal, Memín Pinguín, se tornou querido por muitos mexicanos, até os dias de hoje. Esse garotinho negro muy mexicano – ainda que tenha sido inspirado em produções estadunidenses – compõe uma narrativa, juntamente com outros personagens, que busca resolver as tensões sociais expostas pela Revolução Mexicana. Neste contexto, a história da população negra no México acabou sendo dissolvida e apagada em meio a um ideal de identidade nacional homogêneo.
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