Marcuse "para além" de Freud: o modelo do conflito e a saída pela fantasia

Esta pesquisa pretende investigar o conceito de fantasia apresentado em Eros e Civilização (1955) como uma apropriação da teoria freudiana. Nossa hipótese é que a investigação do conceito de fantasia à luz das contribuições específicas da teoria freudiana e a atualização que Marcuse realiza permite uma interpretação do modelo marcuseano como um modelo do conflito. Neste está colocada o conflito entre a repetição da repressão e os anseios por libertação. Marcuse parte da ambivalência presente na teoria freudiana, especialmente entre princípio de prazer e princípio de realidade e entre pulsões de vida e pulsões de morte, para conceber um modelo de emancipação no qual a fantasia compõe a oposição ao domínio completo do princípio de realidade. Para isso, Marcuse desenvolve o que ele descreve como uma “tendência oculta na psicanálise”. Primeiro, destacando os elementos da teoria freudiana que poderiam fundamentar um diagnóstico distinto ao pessimismo de Freud quanto ao destino da civilização. Em segundo, atualizando os conceitos freudianos, a partir das conquistas da civilização repressiva, que estabelecem um novo horizonte para o diagnóstico da civilização. Neste percurso, a fantasia desponta no modelo crítico marcuseano como uma abertura para horizonte emancipatório quando o diagnóstico apontava para uma “dialética destrutiva da civilização”.

Data da defesa: 
quarta-feira, 24 Fevereiro, 2021 - 17:00
Membros da Banca: 
Presidente Dra. Inara Luisa Marin Voirol Universidade Estadual de Campinas
Membros Titulares Profa. Dra. Taisa Helena Pascale Palhares IFCH / UNICAMP
Dra. Virginia Helena Ferreira da Costa Universidade Federal do Espirito Santo
Membros Suplentes Dr. Adriano Marcio Januario Centro Brasileiro de Análise e Planejamento
Dra. Ingrid Cyfer UNIFESP
Programa: 
Nome do Aluno: 
Maria Clara Ferreira Togeiro
Sala da defesa: 
Integralmente a Distância: https://youtu.be/GpebqphkVSY