A presente tese enfocou a análise sobre os eletrodomésticos articulando-a com
questões sobre a moradia e a família. A tese defendida é de que tanto quanto esses aparelhos poderiam gerar conforto para o cotidiano doméstico, também eram disseminados com discursos que reafirmavam uma antiga estrutura doméstica, espacial e social, onde o homem e mulher teriam lugares, afazeres e representações distintos e hierarquizados.
Os anos entre 1950 e 1970 foram escolhidos como centrais para esse trabalho devido a
maior difusão desses bens de consumo, e ao surgimento de novos eventos e publicações
intimamente ligados a esses produtos, como é o caso da revista Casa & Jardim, na década de 1950 e da Feira Nacional de Eletrodomésticos (UD), nos anos de 1960. O principal objeto de estudo são as propagandas de eletrodomésticos veiculadas nessas revistas com o objetivo de analisar seus discursos e suas imagens.
Além disso, na esteira das diversas formas de modernidade em voga nas décadas estudadas, foi feito um balanço sobre até que ponto a arquitetura moderna e suas concepções habitacionais podem ser produtoras de um espaço livre do conceito de família tradicional nuclear.