Lapponia: a legitimação do Estado sueco na obra de Johannes Schefferus (1648 – 1673)

Com os desdobramentos da Guerra dos Trinta Anos e do Tratado de Vestfália, o reino da Suécia – regido pela dinastia Vasa desde sua edificação em 1523 – experimentou certo protagonismo político em um novo cenário europeu, assim como o florescimento das artes e letras. Com a reativação da Universidade de Uppsala e construção do Gustavianum, numerosos estudiosos foram convidados para integrar o novo corpo universitário. Dentre eles estava Johannes Schefferus que, incumbido pelo chanceler do reino, redigiu o primeiro relato exclusivo sobre os povos sámi, habitantes da Lapônia, território no extremo norte da Suécia própria, que passou a ser controlada de forma mais rígida e sistemática por agentes do emergente Estado sueco no mesmo período. A partir de relatos de clérigos e meirinhos que residiram na região e de objetos confiscados por esses executores, Schefferus buscou desmentir algumas crenças e conhecimentos sobre os sámis (conhecidos como lapps) construídos, principalmente, um século antes pelo arcebispo católico Olaus Magnus em sua Historia de gentibus septentrionalibus. Esta pesquisa buscou analisar como Schefferus participou, por meio da publicação de seu texto Lapponia, do processo de criação dos sámi como “outro”, levando em consideração que esse processo se relacionava, de forma mais ampla, às aspirações de um potentado em ascensão em conectar seu passado virtuoso ao protagonismo vivido no presente para justificar seus avanços territoriais no Norte e sua posição política.

Data da defesa: 
quinta-feira, 27 Fevereiro, 2020 - 12:00
Membros da Banca: 
Prof. Dr. Rui Luis Rodrigues (IFCH / UNICAMP) - Orientador
Dra. Izabel Andrade Marson (UNICAMP) - Membro
Dr. Luis Filipe Silverio Lima (UNIFESP) - Membro
Dr. André Gustavo de Melo Araujo (UnB) - Suplente
Profa. Dra. Raquel Gryszczenko Alves Gomes (IFCH / UNICAMP) - Suplente
Programa: 
Nome do Aluno: 
Vítor Bianconi Menini
Sala da defesa: 
Sala de Defesa de Teses