O fenômeno do contingente a priori surgiu com Kripke, quando ele chamou atenção para o fato de que somos capazes de conhecer, em casos específicos, sentenças contingentes de maneira a priori. Após esta ideia ter sido incorporada na tradição, alguns filósofos perceberam uma grande relação entre os exemplos kripkeanos e os termos indexicais. Gareth Evans, por exemplo, afirmou que tal relação nos revelaria que os casos kripkeanos não passariam de sentenças superficiais e, portanto, não problemáticas. Entretanto, uma consequência da teoria de Evans é a de que grande parte do nosso conhecimento que envolve indexicais se torna trivial. Dentro deste debate, o objetivo deste texto é explorar o contingente a priori, as categorias de contingência propostas por Evans, e as principais consequências deste debate.