O propósito fundamental desta pesquisa é compreender como os povos indígenas Muina (uitoto), Muinane, Andoke e Nonuya da Amazônia colombiana - autonomeados “Gente do centro”-, defendem sua vida social e constroem posições políticas autônomas frente aos atores do conflito armado, a guerrilha das FARC e o exército oficial. A guerra colombiana, que chega a seu término depois de cinquenta e dois anos, estendeu sua dinâmica armada, na última década, para os territórios amazônicos dos povos indígenas. Estes fatos exigem um sério esforço analítico que explique a situação humanitária que a guerra gera na realidade indígena local. Para aprofundar no conhecimento das condições humanitárias geradas pelo conflito, este estudo apelou a recursos etnográficos dirigidos a enfocar as experiências nas quais a cultura participa na organização da ação política e dos processos de resistência locais. Propõe-se, em consequência, contribuir às abordagens que concebem a cultura como constitutiva dos modos de ação política. Esta perspectiva se enquadra nos debates atuais de uma antropologia amazônica que tem o desafio de pensar como o modo de vida indígena e, as práticas culturais cotidianas, integram a defesa de sua autonomia política e a construção da historia regional.
Palavras chaves: Etnologia, indígenas amazônicos, conflito armado colombiano, diferença cultural, ação política.
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