A presente tese analisa a iconografia de todas as moedas uruguaias emitidas até o ano de 2017, partindo de sua produção inicial no século XIX, após a conquista de sua independência, percorrendo todo o século XX e culminando nas últimas cunhagens, durante os governos do partido Frente Amplio – que totalizaram, ao longo dos três séculos, a emissão de cento e vinte moedas. O objetivo foi identificar a relação dessa iconografia com a história de cada um dos períodos em que foram produzidas as moedas, suas portadoras, fazendo com que tais objetos extrapolassem o papel financeiro, a elas costumeiramente atribuído, e acabassem por se tornar tanto estandartes como agentes nas questões políticas e culturais do Uruguai.
O entrecruzamento, nas moedas analisadas, de símbolos pátrios, debates políticos e da apropriação de elementos específicos da história e cultura uruguaias foram abordados, assim, a partir de reflexões que remetem à própria numismática e suas interfaces com outros campos dos estudos históricos, como as questões sobre memória, política e historiografia.