A GRAVE ESCASSEZ HÍDRICA E AS DIMENSÕES DE UM DESASTRE SOCIALMENTE CONSTRUÍDO:A REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS ENTRE 2013-2015

Frente a um quadro de aumento de demanda pela água, crescem os riscos para a disponibilidade deste recurso face às ameaças da poluição e o agravamento do estresse hídrico, agora severo, em muitas partes do mundo. No Brasil, especificamente na Região Sudeste, em 2013, houve uma estiagem de caráter prolongado, resultando em uma grave escassez hídrica, cujos impactos ainda são sentidos. Destaca-se também que é a primeira vez que ocorre essa situação de escassez de caráter intensificado nas regiões metropolitanas brasileiras. Pensando na situação vivenciada pelo Estado de São Paulo, no período entre 2013 e 2015, especificamente a Região Metropolitana de Campinas, este trabalho considera a situação vivenciada como uma escassez hídrica, e faz sua leitura como um desastre. E neste contexto, atingiu, embora de maneira diferenciada, o direito dos indivíduos ao acesso à água na cidade, tanto para sua sobrevivência, quanto para a melhoria da sua condição de bem-estar. Desta forma, a condição associada a escassez de água compõe um elemento de ameaça às populações vivendo nestes territórios se constituindo em uma dimensão da segurança humana para estas populações em seus territórios de vida cotidiana. O presente trabalho buscou pela compreensão da grave escassez hídrica enquanto um desastre socialmente construído, a partir da análise de três dimensões: institucional, da população e seus territórios e da percepção da população. Para cada dimensão foram selecionados dados e métodos que no fim, compõem o Painel de Observações da grave escassez hídrica da Região Metropolitana de Campinas, para o período entre 2013 e 2015.