Partindo do conceito de aleturgia, entendido como manifestação da verdade na forma da subjetividade, Michel Foucault constata que não há exercício do poder sem aleturgia. Desse modo, governo, verdade e subjetividade se articulam como os eixos aletúrgicos que moldam determinada experiência histórica. No primeiro capítulo, analisa-se a aleturgia cristã, composta pelo poder pastoral como forma de governo, pela obediência como imperativo da subjetividade e pela extração da verdade do sujeito por meio da prática da confissão. No segundo capítulo, o neoliberalismo é apresentado como a razão de Estado contemporânea, e entendê-lo como aleturgia implica pensar a articulação entre governamentalidade, subjetividade empresarial e o mercado como local de formação da verdade. Por meio da análise dessas duas aleturgias, é possível traçar uma longa história da subjetividade, conforme interpretada por Foucault. São dois milênios nos quais o sujeito aprendeu a obedecer e a se constituir heteronomamente, tendo que manifestar sua verdade para outrem. Conclui-se afirmando que Foucault também aponta para as resistências e contracondutas, destacando a desobediência como forma de oposição às aleturgias dominantes.
Governar pela Verdade: aleturgia, história e subjetividade em Michel Foucault
Data da defesa:
quarta-feira, 31 Julho, 2024 - 14:00
Membros da Banca:
Luzia Margareth Rago - Orientadora (UNICAMP)
Priscila Piazentini Vieira (UFPR)
Edson Passetti (PUCSP)
Yolanda Glória Gamboa Munõz (PUCSP)
Tony Renato Hara (Pesquisador)
Programa:
Nome do Aluno:
Mauricio Aparecido Pelegrini
Sala da defesa:
Sala de Projeção - IFCH