GAPUIAR DE SABERES E DE PROCESSOS EDUCATIVOS E IDENTITÁRIOS NA COMUNIDADE DO RIO BAIXO ITACURUÇÁ, ABAETETUBA-PA

Nesta tese analiso o modo de vida de quilombolas circunscrito por uma territorialidade e temporalidade marcadamente regidas pelas águas, destacando as relações entre os saberes locais e a educação, desenvolvidos na comunidade do rio Baixo Itacuruçá, Abaetetuba-PA. Na prática cotidiana os sujeitos revelam uma forma singular de produção de saberes e de organização social, diante das formas de estruturação da subsistência das famílias e de significações construídas por memórias e narrativas orais. Estas dinâmicas socioculturais exigiu um esforço analítico que explicasse a situação comunitária e identitária da realidade local. Para aprofundar no conhecimento do modo de vida dos quilombolas, este estudo apelou a recursos etnográficos dirigidos a enfocar as experiências cotidianas nas quais a cultura participa nos processos educativos e de resistências locais, em especial as vivências do trabalho agrícola. Ante a pesquisa realizada, ouso afirmar que a sociabilidade e a educação vividos na comunidade permeiam as ações colaborativas entre os sujeitos, o domínio dos fazeres-saberes imbricados à natureza, e ainda os processos identitários sedimentados socialmente pelo grupo e que se articulam, na maioria das vezes, pelo convívio com as águas. Em consequência, o estudo poderá contribuir às abordagens que concebem as práticas culturais como elementos para pensar a organização social de povos tradicionais amazônicos, no tocante a uma consciência política de luta no território.