A presente dissertação investiga as dimensões da diáspora africana ao longo das tentativas de ocupação, exploração e construção de uma fábrica de ferro, localizada no termo da Vila de Sorocaba. O recorte cronológico abarca o período de descoberta dos depósitos de ferro pelas autoridades coloniais, no final do século XVI, até a instalação da Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema nas primeiras décadas do século XIX. Apesar das fontes utilizadas, em sua maioria registros oficiais, também foi possível apreender a importância de outros sujeitos como indígenas, mamelucos, africanos e seus descentes, nas explorações das minas de Ipanema. Através da comparação dos projetos iluministas portugueses para os sertões do atlântico sul, a partir da segunda metade do século XVIII, em São Paulo e em Angola, foi possível entender a importância da história centro-africana, suas técnicas e saberes empregados na transformação do minério de ferro em objetos manufaturados. Desse modo, esta pesquisa tem como objetivo contribuir com a historiografia que, recentemente, vem investigando a participação dos sujeitos locais na implementação dos projetos iluministas portugueses, mostrando outros aspectos das narrativas e da história das técnicas, das ciências e dos saberes, utilizados nos projetos coloniais para exploração e transformação da natureza.
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