A problemática desta pesquisa questiona o desenvolvimento de fluxos migratórios que conectaram o nordeste de Moçambique a outros territórios coloniais ao norte, mais especificamente o Tanganyika, de modo a investigar a participação de pessoas migrantes em fenômenos históricos que deram forma à África oriental de meados do século XX. No intuito de transcender periodizações e delimitações geográficas estanques, o estudo dá enfoque à agência de homens e mulheres macondes que ingressaram por diversas vias na indústria sisaleira do Tanganyika num recorte cronológico que se estende das décadas de 1880 a 1960 para compreender sua participação em movimentos políticos contestatórios à ordem colonial. Esse período abarca os desdobramentos históricos da consolidação da etnogênese maconde; o estabelecimento do domínio europeu pelos territórios entrecortados pelo rio Rovuma; o nascimento da cultura de sisal no Tanganyika; e a atuação de movimentos políticos africanos anticoloniais. O referencial teórico-metodológico articula a triangulação da coleta de dados em diferentes repositórios documentais junto à leitura da historiografia pertinente ao estudo dos contextos políticos e sociais do Tanganyika e Moçambique para produzir uma história social da circulação de pessoas entre diferentes impérios coloniais – por intermédio da qual foram aventadas possibilidades para questionar a dominação portuguesa em Moçambique.
“A Fonte dos Wamakonde”: Migração Laboral, Associativismo e Anticolonialismo na Indústria Sisaleira do Tanganyika (1880 – 1960)
Data da defesa:
terça-feira, 6 Dezembro, 2022 - 13:30
Membros da Banca:
Omar Ribeiro Thomaz - Presidente (UNICAMP)
Maria Cristina Cortez Wissenbach (USP)
Edward Alter Alpers ( Universidade da Califórnia)
Lia Dias Laranjeira (UNILAB)
Yussuf Adam (Universidade Eduardo Mondlane)
Programa:
Nome do Aluno:
Felipe Barradas Correia Castro Bastos
Sala da defesa:
Sala de Projeção