EXPANSÃO URBANA E A OCUPAÇÃO DE ÁREAS CONTAMINADAS: O CASO DO BAIRRO MANSÕES SANTO ANTÔNIO EM CAMPINAS, SÃO PAULO

O presente trabalho se propõe a analisar o caso de contaminação ocorrido no Bairro Mansões Santo Antônio, na cidade de Campinas, São Paulo, especificamente no condomínio Residencial Parque Primavera, empreendimento imobiliário da Construtora Concima S.A. Construções Civis. Sob a ótica da área de estudos População e Ambiente, e a partir de uma análise do contexto histórico de expansão urbana e industrialização no município, busca-se analisar como esses elementos influenciaram a distribuição espacial da população no município de Campinas; e de que modo o uso do solo, a partir do reordenamento de espaços destinados previamente a determinados ramos de atividades, como a atividade industrial, foram posteriormente utilizados em empreendimentos habitacionais, gerando situações de contaminação e de exposição da população residente a riscos ambientais. O caso ocorrido no bairro Mansões Santo Antônio é um exemplo dessa ocupação de lugares contaminados, onde prevalecem os desígnios dos interesses imobiliários, somados à viabilidade legal, pautada pela ação dos setores públicos e privados, com o objetivo de reordenar os espaços, muitas vezes ignorando o histórico de ocupação dos mesmos, gerando situações de risco. O diferencial encontrado nessa localidade é a composição da população ali residente, com poder econômico maior em relação aos grupos populacionais geralmente encontrados em áreas contaminadas, de baixa renda. Esse fator traz um novo contexto para a investigação relacionada à distribuição da população em áreas ambientalmente degradadas, de modo que novos grupos populacionais acabam sendo afetados pelos riscos ambientais.