Essência e Necessidade Metafísica no livro II dos Segundos Analíticos de Aristóteles.

Aristóteles desenvolve uma complexa filosofia da ciência ao longo dos Segundos Analíticos. Para ele, para que algo seja um conhecimento científico, este algo precisa estar no tipo correto de relação com o mundo, e deve captar de forma adequada as causas [aitiai] que fundamentam certas relações na realidade. Sua teoria da demonstração científica busca estruturar como deveria ser organizado esse conhecimento científico: em silogismos corretos com um explanandum predicativo e uma aitia, o termo mediador, que explica apropriadamente por que o explanandum é como é. Recuso interpretações da teoria aristotélica da demonstração como puramente formal e dedutiva, sem teor explanatório. Antes, defendo que Aristóteles possui uma noção de essência como sendo fator explanatório, e essa noção é dependente do contexto de uso [context-dependent]. Entendo que a essência é designada por Aristóteles não apenas pelos termos 'ousia' e 'to ti ên einai', mas também por 'aquilo que a coisa é' [to ti esti]. Defendo que, para Aristóteles, a essência fundamenta um tipo específico de necessitação (que difere da necessitação lógica e da necessitação predicativa), a necessitação de uma proposição por outra devido à uma explicar apropriadamente a outra (cf. Angioni,2014b). Nisso, alguns filósofos contemporâneos como Kit Fine (1994) e Benjamin Schnieder (2006) têm se aproximado de Aristóteles.

Data da defesa: 
quinta-feira, 15 Dezembro, 2022 - 14:30
Membros da Banca: 
Presidente Prof. Dr. Lucas Angioni IFCH/ UNICAMP
Membros Titulares Prof. Dr. Breno Andrade Zuppolini Universidade Federal de São Paulo - Campus Guarulhos
Prof. Dr. Fernando Martins Mendonça Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Membros Suplentes Prof. Dr. Mateus Ricardo Fernandes Ferreira Universidade Estadual de Maringá
Prof. Dr. Marco Antonio Caron Ruffino IFCH/ UNICAMP
Programa: 
Nome do Aluno: 
Davi Heckert César Bastos
Sala da defesa: 
Sala Acessível I - Prédio da Direção do IFCH