A pesquisa em questão tem como objetivo compreender as novas metamorfoses da educação técnico-profissional em conexão com os arranjos organizacionais e as demandas gerencialistas do sistema do capital em contexto de aprofundamento da lógica neoliberal. O principal eixo desse redirecionamento do processo de precarização social do trabalho docente resulta da constituição de um precário mundo do trabalho. O nexo causal e indissolúvel entre a crise do sistema do capital na contemporaneidade e as mutações recentes no mundo do trabalho será investigado a partir das novas configurações do trabalho docente no ensino técnico-profissional no Brasil, com foco no modelo neoliberal da educação profissional e tecnológica pública do Estado de São Paulo.
No intuito de realizar um esforço coordenado de pesquisa e reflexão sistemática sobre as mutações no mundo do trabalho e suas articulações na nova configuração da educação profissional neste início de século, o andamento da análise movimenta-se da centralidade do trabalho à subjetividade docente. Procura-se estudar os elementos constitutivos que informam o modo de ser e estar no mundo e na educação profissional, com foco nas formas diferenciadas de degradação e precarização laboral. Focaliza-se os atributos existenciais da precarização docente, dentre os quais destacamos a subalternidade, acaso e contingência, insegurança e descontrole existencial, deriva pessoal e sofrimento, assujeitamento e desefetivação, corrosão do caráter, invisibilidade social, manipulação psicológica, desencantamento com a profissão, identidade deteriorada e individualidade alienada de classe. A investigação contempla o estudo da crise do sindicalismo docente na era do pós-fordismo financeirizado, com apresentação de um balanço institucional recente do sindicato da categoria, análise de documentos, resoluções congressuais, entrevistas, greves, formas de racionalização e controle da burocracia sindical. Pretende-se, ainda, oferecer uma análise ontológica do processo de trabalho e do sindicalismo docente em perspectiva teórica e empírica, a partir da indicação dos alcances e limites do sindicalismo.
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