Economia e migração na metrópole campinas: Transformações após os anos 1990

A militarização de terras indígenas no Brasil é fruto de um processo que remonta aos primórdios da colonização do território, quando a classificação jurídica dos povos indígenas como súditos da Coroa constituiu-se em um artifício fundamental para a expansão territorial de Portugal. Depois do processo de Independência, um pacto entre Igreja e Império garantiu a presença de missões religiosas na consolidação das fronteiras do Império, o que foi replicado durante a República, através da criação de colônias militares. As colônias foram a gênese do que décadas depois seriam os Pelotões Especiais de Fronteira, uma modalidade de interiorização do Exército Brasileiro que impacta de forma ampla em determinadas áreas indígenas de localização fronteiriça. A tese aborda a convivência entre indígenas e militares a partir do povoado de Pari-Cachoeira (Siripa, na língua tukano), no Rio Tiquié, Alto Rio Negro, Brasil, próximo à fronteira com a Colômbia. De composição multiétnica, mas chefiado pelos Yepâ Masa (Tukano) do clã Yeparã Panicu, nos quais o trabalho se foca, Pari-Cachoeira abriga, desde a década de 90, um Pelotão Especial de Fronteira, onde atuam entre trinta e sessenta homens de diversos pontos do Brasil. Tomando o ponto de vista dos indígenas como fio condutor, a pesquisa explora os impactos da convivência em vários aspectos, como as redes de poder, espacialidade, relações de parentesco, hierarquia, gênero e cosmopolítica. As relações cotidianas com os não-indígenas, chamados de pekasã, ensejam estratégias que privilegiam o estabelecimento de canais de negociação e de uma ética que distingue convidados de anfitriões, cuidadosamente construída a partir das experiências pregressas dos indígenas com as frentes de contato, como os patrões do sistema extrativista ou com a missão salesiana, instalada na comunidade na década de 40. Tais cuidados, contudo, não bastam para suprimir o risco de conflitos que eventualmente eclodem no cotidiano

Data da defesa: 
segunda-feira, 12 Novembro, 2018 - 16:00
Membros da Banca: 
Prof. Dr. José Marcos Pinto da Cunha (Presidente) (Orientador)
Profa. Dra. Rosana Aparecida Baeninger (IFCH/UNICAMP) - Membro
Prof. Dr. Humberto Miranda do Nascimento (IE/UNICAMP) - Membro
Prof. Dr. Ednelson Mariano Dota (UFES) - Membro
Profa. Dra. Roberta Guimarães Peres (UFABC) - Membro
Prof. Dr. Alberto Augusto Eichman Jakob (UNICAMP) - Suplente
Prof. Dr. Tiago Augusto da Cunha (UFV) - Suplente
Profa. Dra. Tirza Aidar (UNICAMP) - Suplente
Programa: 
Nome do Aluno: 
Guilherme Margarido Ortega
Sala da defesa: 
Sala de Defesa de Teses

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