A presente pesquisa de Doutorado tem como objetivo principal analisar o cenário crítico-artístico latino-americano nos anos de 1970 e tentar elucidar as questões que nortearam o debate sobre a arte produzida no continente no mesmo período, especialmente no que concerne à produção da crítica de arte. Debate este que colocou em dúvida os cânones da historiografia da arte vigente e propôs uma revisão dos fundamentos teóricos que procuravam responder a demandas sociais, políticas e culturais, observados desde meados da década de 1960. Dentre os temas mais abordados na discussão do período, encontra-se a persistente divisão do sistema de arte entre núcleos produtores artísticos considerados centrais em contraposição aos periféricos. O embate entre uma produção hegemônica e outra que se pretendia autônoma, tornar-se-á objeto de análise dos principais teóricos do continente no referido decênio.
A pesquisa se concentra em estudar os caminhos pelos quais o cenário latino-americano transitou para gerar o debate e a busca por reformulação teórica, os principais apontamentos levantados pela crítica de arte do período e as conclusões e ações propostas ao fim do processo. Para tanto, a composição da tese dar-se-á pela análise tanto do contexto político-social, no qual críticos e artistas latino-americanos atuavam, quanto dos discursos levantados em um dos mais significativos eventos realizados no período, o Simpósio de Literatura e Artes Plásticas de Austin, em 1975, nos Estados Unidos.