A demonologia e a narrativa do intruso: do De la démonomanie des sorciers ao Tableau de l’inconstance des mauvaises anges et démons, a França e suas ficções diabólicas (1580-1613)

A Europa viveu nos séculos XVI e XVII, grandes perseguições às bruxas. Durante muito tempo, os tratados demonológicos eram compreendidos como textos impulsionadores dessas perseguições. Presentemente essas obras são entendidas como importantes textos decorrentes desse fenômeno. Por meio da análise dessas fontes, procedeu-se a pensar a reelaboração dos contos populares em versões relacionadas à magia à bruxaria. Dessa maneira, seguiu-se o mapeamento da narrativa do intruso, pensando a sua estruturação a partir de seu flexível fio narrativo e suas diversas variações. Esse estudou recuperou narrativas que se entrelaçaram na elaboração desse construto, que tornou possível a atestação erudita dessa mítica reunião das bruxas: o sabá. Observou-se sua construção a partir de mitos longevos, romances medievais e, por fim, a sua instrumentalização pelos eruditos da primeira modernidade.