O CORPO COMO CAMPO DE BATALHA: TRAMAS DE MULHERES ACUSADAS DE HOMICÍDIO (1930-1950)

Este trabalho investiga processos criminais de mulheres acusadas de homicídio no Rio Grande do Sul, entre as décadas de 1930 a 1950, tendo como ponto de partida o caso de uma mulher denunciada por assassinar o companheiro. O objetivo é analisar a disputa de narrativas encontradas nas fontes judiciais e a discussão se desdobra em três eixos analíticos: pensar as condições histórico-culturais que possibilitaram esses crimes; apontar como o sistema judicial operava segundo imaginários coloniais e sexistas; e entender como o ideal de feminilidade construído pela ciência médica e criminológica influenciou os desfechos das histórias abordadas. O argumento central é de que essas tramas revelam mecanismos de sujeição e normatização, mas também permitem deslocamentos em relação aos estereótipos de gênero e indicam que os corpos femininos nunca são meros receptáculos do poder ou matérias inertes a aceitar as violências e os discursos a eles direcionados – são corpos que podem recusar e subverter as tecnologias criadas para dirigi-los e normatizá-los. A pesquisa norteia-se teórica e metodologicamente pelas epistemologias feministas e pela filosofia foucaultiana.

Data da defesa: 
terça-feira, 18 Maio, 2021 - 14:00
Membros da Banca: 
Dra. Luzia Margareth Rago (IFCH/UNICAMP) (Orientador)
Profa. Dra. Luana Saturnino Tvardovskas (IFCH/UNICAMP) - Membro Titular
Dr. Marcos César Alvarez (USP) - Membro Titular
Dra. Priscila Piazentini Vieira (UFPR) - Membro Suplente
Dr. Tony Renato Hara (IFCH/UNICAMP) - Membro Suplente
Programa: 
Nome do Aluno: 
Paloma Almada Czapla
Sala da defesa: 
https://youtu.be/NTEelLpKH1M