Este trabalho se dedica a analisar as disputas presentes na produção musical e na história do samba e das músicas de carnaval no Rio de Janeiro, em diálogo com as reflexões empreendidas pela crítica feminista à cultura. Para isso, refletimos acerca dos discursos sobre as mulheres presentes em algumas das marchinhas carnavalescas mais populares na cidade. Do ponto de vista histórico, busca-se compreendê-las como parte de uma formação discursiva composta por – e em relação com – outros objetos, como os textos literários e sociológicos, analisando o racismo e o sexismo atravessados pela questão da mestiçagem cultural. No investimento desta análise, torna-se fundamental, ainda, investigar a forma como o imaginário sobre a raça, o gênero e a democracia racial atravessa esses discursos musicais, metaforizados nos corpos das mulheres. Além disso, é de interesse desta dissertação discutir a tensão constante entre a insistente tematização das mulheres como personagens das canções e sua invisibilização enquanto autoras/compositoras, sob a luz das discussões em torno da autoria feminina presentes em Ana Carolina Arruda de Toledo Murgel e Luana Saturnino Tvardovskas. Nesse sentido, este trabalho caminha junto à concepção de imbricamento entre raça e gênero, pensada a partir das discussões em torno das relações de poder presentes em Michel Foucault e nas teorias críticas feministas de autoras como Lélia Gonzalez, Margareth Rago e Sueli Carneiro.
A COR E O CORPO: UMA HISTÓRIA FEMINISTA DO SAMBA E DO CARNAVAL NO RIO DE JANEIRO
Data da defesa:
quinta-feira, 17 Junho, 2021 - 14:00
Membros da Banca:
Profa. Dra. Luana Saturnino Tvardovskas (IFCH / UNICAMP) - Orientadora
Dra. Ana Carolina Arruda de Toledo Murgel (UNICAMP) - Membro Titular
Dra. Lívia Gonçalves Magalhães (UFF) - Membro Titular
Dra. Luzia Margareth Rago (IFCH/UNICAMP) - Membro Suplente
Dra. Marilea de Almeida (FERP) - Membro Suplente
Programa:
Nome do Aluno:
Maria Clara Martins Cavalcanti
Sala da defesa:
https://youtu.be/jDYdQYWupH4