Contribuições de métodos de projeções de domicílios no contexto brasileiro: um estudo comparativo aplicado à população do estado de São Paulo.

As projeções de domicílios são importantes, não apenas para entender a complexa relação entre população e domicílio, mas também possuem aplicações em áreas como a demanda demográfica por domicílios (mercado imobiliário, habitação social, planos diretores municipais), consumo e meio ambiente (demanda do uso de água, esgoto, energia elétrica, bens duráveis, uso de automóveis) e os próprios estudos da área de Família (cuidado de idosos e crianças, disponibilidade de parentes, relações intergeracionais). No Brasil, não há uma prática oficial de projeções domiciliares a nível nacional ou subnacional e as poucas experiências anteriores são restritas ao número total de domicílios, não levando em consideração a distribuição por idade e sexo, nem o tamanho e a composição desses futuros domicílios. Utilizando o estado de São Paulo como população base, esse estudo compara três diferentes métodos de projeção de domicílios possíveis de serem aplicados com fontes de dados brasileiros: o primeiro utilizando o tradicional Método de Coortes Componentes combinado com o Método das Taxas de Chefia, implementado no software PopGroup; o segundo utilizando o Método Estendido de Coortes Componentes, implementado no software ProFamy; e um método alternativo proposto que utiliza o Método de Coortes Componentes implementado no software R, baseado em modelos funcionais para projeção de mortalidade e fecundidade e uma nova abordagem para projeção das Taxas de Chefia, baseado em Lee e Carter (1992). Com isso, espera-se contribuir com refinamentos metodológicos de projeções de domicílios que avancem na qualidade de informação disponibilizada para áreas que demandam este tipo de informação e que justifique a adoção sistemática de projeções domiciliares no Brasil.