Através da análise de três casos de bruxaria ocorridos entre os anos de 1577 e 1662, a pesquisa busca investigar as tensões sociais percebidas no momento da Reforma Religiosa, de viés calvinista, na Escócia do século XVI. Além dos processos, também são investigados documentos inseridos no contexto da Reforma e da perseguição à bruxaria, como “As institutas” (1559) de João Calvino, a “Confissão de fé escocesa” (1560), o “Ato de Bruxaria Escocês” (1563), o panfleto “News from Scotland” (1591) e o tratado demonologia escrito pelo rei James VI, “Demonology” (1597). Investigando os processos de bruxaria, que são concomitantes ao processo de Reforma e criação da Igreja Escocesa, foi possível perceber vestígios de um choque cultural causado por duas diferentes formas de interpretação da realidade: a primeira, anterior à Reforma, e de viés analógico, e uma segunda, aplicada através na nova religiosidade reformada, de viés lógico. Os conceitos “pensamento analógico” e “lógico” são definições sugeridas pelo historiador Hilário Franco Júnior. É, principalmente, no contexto da perseguição à bruxaria na Escócia dos séculos XVI e XVII que se percebe o conflito destes pensamentos, mas, além de rupturas causadas por estas tensões, é perceptível inúmeras continuidades do pensamento anterior, mostrando que a Reforma escocesa não transformou a totalidade do parâmetro cultural do país.
As Contradições da “Sociedade Piedosa”: Feitiçaria Escocesa e Reforma Calvinista (1563-1662)
Data da defesa:
sexta-feira, 12 Janeiro, 2024 - 14:00
Membros da Banca:
Rui Luis Rodrigues - Orientador (UNICAMP)
Leandro Alves Teodoro (UNICAMP)
Philippe Delfino Sartin (Pesquisador sem vínculo)
Programa:
Nome do Aluno:
Andrezza Canova Pigaiani
Sala da defesa:
Sala de Defesa de Teses