CONTEXTO E COMPOSIÇÃO NO TRACTATUS

O objetivo desta tese é responder a uma pergunta, embora outras duas estejam associadas a ela. Essas duas questões subsidiárias, inclusive, teceram a trama a compor nosso fio de Ariadne.
Vejamos, então, essas duas questões e como elas estão subordinadas ao nosso problema de pesquisa. Em primeiro lugar, como de fato devemos compreender o princípio do contexto? Essa
questão nos impôs duas linhas de investigação: uma primeira, mais genética, nos levou do Tractatus logico-philosophicus de Ludwig Wittgenstein para Die Grundlagen der Arithmetik de Gottlob Frege; ao passo que a segunda, mais interna, explorou funções e formulações desse princípio em cada uma dessas obras. Para essa segunda linha, recorremos a textos que orbitam em torno delas à guisa de prova, de sorte a revelar intenções de seus autores ao recorrer a tal princípio. No caso de Frege, como o Grundlagen é uma de suas primeiras publicações,acompanhamos desdobramento de sua obra. Já em Wittgenstein, nós fizemos o contrário e voltamo-nos para os textos que antecedem o Tractatus. Em razão dessa investigação, nós percebemos uma enorme semelhança, embora tenhamos igualmente notado algo que poderia ser um ponto de ruptura. Esse elemento nos levou à segunda questão: de fato, ambos conceberam o mesmo princípio? Questão que ganha relevância quando percebemos que Wittgenstein não manteve, no Tractatus, nada semelhante à noção de conceito em Frege. Ao explorar essa divergência, todavia, nos deparamos com algo ainda mais estranho, porquanto, nas duas obras em que podemos encontrar um princípio do contexto robusto, também encontramos um princípio da composicionalidade, o que nos levou ao nosso fio de Ariadne. Mesmo que nada pareça mais contraditório ao princípio do contexto que o princípio da composicionalidade, será que é possível enunciar ambos sem incorrer em contradição? Ou melhor, será que poderíamos, através de uma investigação sobre uma possível articulação, compreender melhor que funções verdadeiramente cumprem esses princípios, de modo a encontrar uma chave de leitura que se sobreponha às divisões exegéticas impostas pela fortuna crítica como, por exemplo, ocorre no Tractatus? Vejamos, então, o que esses princípios são e se é possível encontrar uma articulação, nessas obras, capaz de superar as contradições que, porventura, eles poderiam causar quando associados.

 

Data da defesa: 
terça-feira, 18 Março, 2025 - 14:00
Membros da Banca: 
Presidente Prof. Dr. Marcio Augusto Damin Custodio IFCH/ UNICAMP
Membros Titulares Prof. Dr. João Carlos Salles Pires da Silva Universidade Federal da Bahia
Profa. Dra. Fátima Regina Rodrigues Évora IFCH/ UNICAMP
Prof. Dr. Bento Prado de Almeida Ferraz Neto Universidade Federal de São Carlos
Profa. Dra. Mirian Donat Universidade Estadual de Londrina
Membros Suplentes Prof. Dr. Rafael Lopes Azize Universidade Federal da Bahia
Prof. Dr. Marco Antonio Caron Ruffino IFCH/ UNICAMP
Dr. Valério Hillesheim Universidade do Estado da Bahia
Programa: 
Nome do Aluno: 
Gustavo Oliveira Fernandes Melo
Sala da defesa: 
Sala de Defesas de Teses I