Esta tese tem como objetivo demonstrar a partir de um exercício de confronto entre documentos materiais e literários, que Constantino não foi representado apenas como um imperador cristão, conforme as fontes escritas querem nos convencer. Por meio da análise de fontes arqueológicas, percebemos a pluralidade de sua identidade política e religiosa. Ao observarmos diferentes representações, por vezes conflitantes, da mesma personagem da Antiguidade Tardia, problematizamos sua imagem de primeiro soberano romano a tornar-se cristão, tal qual ficou conhecido graças às construções discursivas dos escritores Lactâncio e Eusébio, no início do século IV. Logo, a hipótese de uma acelerada cristianização do Império Romano há que ser repensada. Selecionamos templos, relevos e estátuas relativos à época de Constantino e à identidade de seu domínio imperial, delimitando e justificando o nosso corpus documental, sobretudo, no espaço temporal no qual essas fontes foram produzidas. Faremos a leitura e a exegese desses documentos, constatando outro perfil do referido imperador, dialogando e confrontando com as fontes escritas, sem, contudo, apenas delas depender. Mesmo que Constantino tenha se tornado um cristão, o Império Romano sob ele não se cristianizou de maneira imediata, acelerada e maciça. Antes, contando com propagandas de diferentes e até antagônicas procedências, Constantino teria priorizado muito mais a sua permanência no poder, a manutenção de sua dinastia e a exaltação de sua imagem.
CONSTANTINO NAS PALAVRAS E NAS COISAS: A (NÃO) CRISTIANIZAÇÃO IMEDIATA DO IMPÉRIO ROMANO A PARTIR DAS DIFERENÇAS E DAS SEMELHANÇAS ENTRE REPRESENTAÇÕES POLÍTICO-RELIGIOSAS DE FONTES LITERÁRIAS E DE FONTES ARQUEOLÓGICAS (312-337)
Data da defesa:
quarta-feira, 19 Dezembro, 2018 - 16:00
Membros da Banca:
Pedro Paulo Abreu Funari - UNICAMP (Presidente)
Antonio Marchionni - PUCCSP
Claudio Umpierre Carlan - UNIFAL
André Leonardo Chevitarese - UNICAMP
Pedro Lima Vasconcellos - UFAL
Programa:
Nome do Aluno:
Jefferson Ramalho
Sala da defesa:
Sala de Defesa de Teses do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - Unicamp
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