O conceito de programa em Deleuze e Guattari

Trata-se de uma cartografia com o objetivo de localizar, nas escrituras filosóficas de Félix Guattari e Gilles Deleuze, elementos capazes de compor o conceito de programa e, com isso: 1 - Analisar os programas citados ao longo das obras para deles extrair compósitos capazes de subsidiar a proposição conceitual em jogo. 2 - Encontrar intersecções entre o programa e outros conceitos. 3 - Compreender os diferentes empregos do programa nas obras dos dois filósofos de modo a favorecer uma composição múltipla capaz de ajustar o conceito a cada movimento em que é convocado, guardando, ao mesmo tempo, aspectos variáveis e recorrentes. 4 - Enfim, o conceito parece ganhar consistência. O programa está, transversalmente, presente nos textos de Deleuze e Guattari. O programa é o “motor da experimentação”, assim o definiram em Mil Platôs. Liga-se à fabricação do CsO e ao ato de fazer passar algo através dele. É o plano prático de ação que se instala segundo o desejo. Ele não é por ele mesmo uma tarefa positiva, sendo mais uma ação do que um efeito. É composto por programação (enunciados), programador (indivíduo ou grupo) zona experiencial (prática) e devir (condição e potência objetiva). Opera-se por diferenciação, intensificação, proliferação e desestabilização. Deve tender ao fracasso, uma vez que não se pode compor um programa-modelo ou um programa para outrem. Enfim, é possível sustentar que o programa é um conceito capaz de operar no plano de consistência interseccionando a produção de subjetividades e o socius.