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Esta tese tem como principal objetivo discutir o conceito de prudência na filosofia prática de Kant. Uma das tarefas desta pesquisa foi mostrar que a noção de Klugheit referido por Kant em alguns de seus textos é dotado de diferentes sentidos. A prudência não é apenas uma habilidade para encontrar os meios para alcançar nossos fins pessoais. O conceito de prudência tem uma relação complexa com outros assuntos na filosofia prática de Kant tal como podemos observar em seus textos sobre política, educação e antropologia. Embora a prudência joga um papel importante na promoção da felicidade dos indivíduos, ela também é uma importante capacidade de julgar capaz de participar na formulação das máximas ou regras que orientam nossas ações e que serão testadas pela formula universal do imperativo categórico. Mas um ponto crucial que esta pesquisa buscou focar foi o papel que a prudência tem em promover a vida moral dos sujeitos ajudando-os a se proteger de situações que dificultariam o cumprimento do dever. A prudência pode ser útil na aplicação de deveres imperfeitos, na medida em ela empiricamente julga o contexto em que a lei é aplicada. Tal capacidade tem a função de disciplinar nossas inclinações, bem como de harmonizar nossos propósitos, impedindo que paixões e afecções limitem e cegam a percepção moral do homem e a realização de seus deveres. Argumentamos que a prudência pode ser investigada dentro de uma esfera especial da antropologia chamada antropologia moral, porque ela, como capacidade prática normativa, pode lidar com as condições subjetivas que podem favorecer e impedir a aplicação de princípios práticos puros.