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Ação Popular: a experiência política de militantes de Teresina-PI e a produção de subjetividade revolucionária na década de 1960

A Ação Popular se constituiu como uma organização política em 1963. Surgiu a partir de um segmento da Juventude Universitária Católica, que se aproximou das referências políticas do marxismo. O Golpe Militar imprimiu uma nova realidade política no Brasil. Em 1965, a Ação Popular aderiu à concepção de revolução através da luta armada, tendo como referência a Revolução Cubana. Em 1968, a luta interna da organização culminou na adesão pensamento de Mao Tsé-Tung e da Revolução Chinesa, como referenciais revolucionários. A Ação Popular procurava se constituir como uma organização política revolucionária. O quadro político da organização era formado majoritariamente por estudantes e universitários recém formados. Por meio das práticas de crítica e autocrítica e de integração na produção pretendia-se transformá-los em autênticos revolucionários. Esse trabalho tem como objetivo analisar o processo de subjetivação revolucionária a partir da experiência de ex-militantes que formaram a Ação Popular em Teresina (PI), no final da década de 1960. A pesquisa documental foi realizada no Arquivo Edgar Leuenroth, da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP; no Arquivo Publico do Estado do Piauí; no acervo do jornal O Dia em Teresina, no Núcleo de História Oral da Universidade Federal do Piauí e em processos militares disponibilizados no sítio do projeto Brasil Nunca Mais Digit@l. As fontes de pesquisa desse estudo foram textos publicados em jornais, imagens, obras memorialistas de ex-militantes da Ação Popular e entrevistas orais. Utilizou-se uma metodologia de análise crítica na qual os documentos impressos são compreendidos como produções discursivas e imagéticas que se relacionam a objetivos determinados. Procurou-se desenvolver uma abordagem de articulação entre as práticas adotadas pela Ação Popular e a experiência de ex-militantes da organização. As reflexões de Michel Foucault sobre discurso, relações de poder e poder disciplinar foram fundamentais para a realização dessa pesquisa. Destaca-se também a contribuição de Felix Guatarri e Suely Rolnik sobre a produção de subjetividades. O referencial teórico propiciado por esses autores permite analisar perspectivas de poder distintas, representadas pela repressão militar, pela organização política e pelos indivíduos. Dessa forma os militantes políticos são compreendidos como protagonistas inseridos em contexto histórico e agentes de um processo de subjetivação revolucionária.

Data da defesa: 
sexta-feira, 29 Março, 2019 - 17:00
Membros da Banca: 
José Alves de Freitas Neto (Orientador) - UNICAMP
Francisco Alcides do Nascimento - UFPI
Josianne Frância Cerasoli - UNICAMP
Reginaldo Benedito Dias - USMA
Samantha Viz Quadrat - UFF
Programa: 
Nome do Aluno: 
Olivia Candeia Lima Rocha
Sala da defesa: 
Auditório II - Prédio da Graduação - IFCH/UNICAMP
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