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A presente pesquisa propõe o estudo do papel da circulação e dos usos dos saberes especializados do urbanismo em formação, em um período de intenso debate sobre as suas dimensões teóricas e práticas. Para isso, são analisados debates em torno de iniciativas de melhoramentos urbanos na cidade de São Paulo, focalizando propostas para a sua área central envolvendo as regiões do vale do Anhangabaú, várzea do Carmo e Sé entre as décadas de 1890 e 1910, período marcado por polêmicas em torno de distintas propostas, nos anos 1906 e 1912, fomentadoras de um debate acerca de seus princípios técnicos, estéticos e políticos. A partir da análise de debates dos variados projetos em disputa o objetivo deste estudo é compreender e discutir as articulações entre profissionais engenheiros e engenheiro-arquitetos, poderes públicos e setores da população em disputas pela autoridade e consolidação de pensamentos e práticas urbanísticas. Ao problematizar a circulação e a configuração de saberes e práticas do urbanismo em formação, a hipótese deste estudo se fundamenta na percepção de dois pontos de tensão entre os diversos agentes envolvidos: a definição de uma autoridade e pensamento urbanístico em um plano de melhoramentos para a área central, envolvendo disputas por um protagonismo na apresentação desses melhoramentos ao debate público; e a busca da consolidação dessa autoridade, práticas e pensamento urbanístico nos dispositivos legais voltados a esse plano e em outras partes da cidade. Para tanto, além das propostas, examinadas nos projetos e discussões nas esferas governamentais, tais disputas são abordadas em periódicos técnicos e de grande circulação na cidade de São Paulo, debates parlamentares e dispositivos legais voltados a essas iniciativas.